O direito à informação e ao conhecimento
O uso da internet nas escolas Públicas
O governo promete, as pessoas esperam, mas dificilmente o projeto sai do papel
A implantação de Centros de Inclusão Digital é uma ação que compõe o programa o Programa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Baseia-se em instrumentos de promoção de inclusão digital e tem como objetivo proporcionar aos alunos de escolas públicas o acesso à tecnologia de informação voltada para a melhoria do ensino e aprendizagem e, consequentemente, para o aperfeiçoamento profissional. A falta de educação básica, não permite a todos os internautas brasileiros usufruir dessa infra-estrutura para aprimorar seus conhecimentos.
As opiniões dos especialistas da érea de educação são semelhantes no que diz respeito ao uso dos computadores na rede pública, desde o início da alfabetização.
A professora Maria de Fátima Crespo, da rede pública, que leciona em Diadema para todas as séries do ensino Médio, diz que pelo fato da criança não ter o computador e internet em casa, tem na escola a oportunidade de se inserir nesse universo. “A informática na escola é muito importante e deve ser usada desde os primeiros anos escolares. Com aceso à informação digital, o aluno fica mais estimulado a estudar e ao chegar ao mercado de trabalho poderá concorrer a uma vaga de emprego com qualquer outro candidato”.
Mauro Morelatto, coordenador do Projeto de Pesquisa da Fundação Vitor Civita, esclarece algumas dúvidas sobre o projeto e os investimentos do governo para esse público. “As escolas tem os equipamentos, mas ainda não tem a utilização proficiente a serviço da educação e aprendizagem”. E completa: “A secretaria de educação, especificamente, deve planejar a formação continuada dos professores considerando o uso da tecnologia em diversas áreas, principalmente na educação”.
Já o professor Valmir Costa, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) acredita que a inclusão digital, é muito mais do que colocar computadores nas escolas. “É, além de tudo, dar condições didáticas de qualidade no processo de ensino e aprendizagem com uma estrutura mais ampla. O computador plugado na internet seria apenas mais uma ferramenta do processo de inclusão.”
Indignado pela situação do projeto que não surtiu efeito em toda a rede de ensino, até o momento, Valmir Costa questiona: “A Constituição diz que os estados e os municípios são responsáveis pela educação, mas como falar em inclusão digital em um município que sequer tem uma escola decente e professores qualificados?”
Se o problema é a falta de profissionais para acompanhar os alunos até o laboratório de informática, o que dizer quando o aluno sabe que os computadores estão disponíveis nos laboratórios, mas ninguém tem acesso?
O aluno da 7ª série do ensino fundamental, da Escola Estadual Sérgio Buarque de Holanda, Rafael Santos, 12, sabe que tem os computadores, mas nunca os viu. “Eu fiquei sabendo que na parte do último andar tem computadores, mas só vejo as grades”, declara ansioso pela abertura das salas.
Segundo uma professora da escola, as salas ainda não estão disponíveis para uso porque estão aguardando a visita do governo para a inauguração.
Para que todas as escolas públicas entrem nesse projeto só depende da secretaria de educação de cada região, porque, cada secretaria Municipal e Estadual tem uma realidade diferente, cada uma vai ter seu tempo de desenvolvimento.
Priorizar a Educação deveria ser meta de todo governante: “investir no setor, aparelhando as escolas e qualificando profissionais para repassar o conhecimento adequadamente” encerra a professora Maria de Fátima.
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